“Para a mídia, o vírus sou eu”, diz Bolsonaro no pior momento da pandemia no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou, nesta quarta-feira, 3, críticas que vem sofrendo por parte da imprensa. Em resposta a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente disse que, para a imprensa, o vírus é ele mesmo. “Para a mídia, o vírus sou eu”, reclamou.

O gestor alegou ainda que a imprensa criou o pânico sobre a Covid-19. “Criaram pânico, né? O problema está aí, lamentamos. Mas você não pode entrar em pânico. Que nem a política, de novo, de ‘fique em casa’. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?”, questionou Bolsonaro.

Declarações ocorrem no pior momento da pandemia no País, que registrou 1,7 mil mortes na última terça-feira, 2. Bolsonaro também sinalizou a possibilidade de realizar um pronunciamento nas rádios e TVs que pode ser veiculado ainda esta semana, quando deve falar sobre a vacinação.

“O assunto, quando tiver (pronunciamento), vai ser pandemia, vacinas. O Brasil é um país que, em valores absolutos, mais está vacinando. Temos 22 milhões de vacinas para este mês. Mês que vem deve ser mais 40 milhões. O país está mais avançado nisso. Assinei no ano passado MP destinando mais de R$ 20 bilhões para comprar vacina. Estamos fazendo o dever de casa”, disse.

Apesar disso, menos de 3,5% da população foi vacinada com a primeira dose do imunizante contra a Covid-19. O Brasil também registrou, pelo quarto dia consecutivo, a maior média móvel de óbitos pela doença, 1.274. Há 41 dias, a média de mortes registra números acima de mil.

Há menos de uma semana, Bolsonaro esteve no Ceará em visita para assinatura de ordens de serviço para obras em estradas federais. Na ocasião, o presidente gerou aglomeração e criticou governantes que aderem às medidas mais restritivas contra a doença.

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