Ricardo Teixeira deixa a presidência da CBF

‘Fiz nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde’, diz trecho de carta enviada por Teixeira. Vice do Sudeste, de 79 anos, substitui

Depois de 23 anos no poder, Ricardo Teixeira não é mais presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL). Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, na sede da entidade no Rio de Janeiro, José Maria Marin – vice-presidente do Sudeste e mandatário em exercício após a licença médica de Teixeira na última semana – anunciou que o cartola renunciou aos cargos.
Marin, que foi presidente da Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1986, leu uma carta de Teixeira em que o dirigente dizia: “Hoje, deixo definitivamente a presidência da CBF”. No texto, o ex-presidente anuncia Marin, de 79 anos, como seu substituto na confederação – já que é o vice mais velho, como manda o estatuto – e no COL. O paulista disse que ficará no comando da CBF até o final do mandato de Teixeira, em 2015, quando deverão ser feitas novas eleições.
José Maria Marin durante coletiva da CBF (Foto: Mowa Press)Marin, de 79 anos, assume lugar de Teixeira como vice mais velho da CBF (Foto: Mowa Press)
No comunicado, Teixeira deixou um “muito obrigado” à torcida brasileira, lembrou os títulos conquistados pela Seleção desde sua chegada em janeiro de 1989 e considerou injustas as acusações que tem sofrido. “Fiz nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde e o convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias”, dizia o texto (confira a íntegra no vídeo ao lado). “Presidir paixões não é tarefa fácil. O futebol no nosso país é associado a talento e desorganização. Quando ganhamos, despertou o talento. Quando perdemos, imperou a desorganização”, completou.
Na última sexta, o dirigente havia pedido licença médica. Na véspera da Assembleia Geral da CBF, que foi realizada dia 29 de fevereiro, ele passou mal durante uma reunião e teve que deixar a sede da entidade com dificuldades de se locomover. Em setembro do ano passado, Teixeira foi internado por dois dias no Rio de Janeiro devido a diverticulite (processo inflamatório e infeccioso do divertículo – bolsas circulares da parede do cólon que têm ligação com o intestino grosso).

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