Sem diretoria, Guarany de Sobral pode desperdiçar ótima geração

Um grupo de jovens jogadores comandados por um técnico bastante identificado com o clube. A fórmula adotada pelo Guarany de Sobral na temporada passada foi considerada arriscada, mas se mostrou suficiente para evitar o rebaixamento. Molecada da base mantida e o título da Taça Fares Lopes surgiu como prêmio no segundo semestre. Assim, os meninos foram prestigiados e mostraram bastante qualidade no Campeonato Cearense deste ano.
A falta de experiência e, algumas vezes de confiança, foi superada com conjunto e entrosamento de garotos que se conhecem e jogam juntos a um bom tempo. A evolução foi bastante clara de competição pra competição. Primeiro suportaram bem a pressão de um quadrangular de rebaixamento. Depois o peso de disputar uma final em casa. E agora conseguiram chegar às semifinais do estadual e arrancaram um 4 a 4 com o Fortaleza em pleno Castelão.
Apesar disso, a campanha não foi motivo de orgulho, mas de críticas. O time não empolgou como poderia. E não podia ser de outro jeito. Se os meninos demonstraram potencial dentro de campo, a diretoria ficou longe de cumprir seu papel fora dele. A começar pela confusão com a certidão negativa da Receita Federal, passando pela instabilidade política e as seguidas trocas de comando na presidência. Até na hora de contribuir com o jovem elenco, as contratações foram equivocadas (Abuda, Cláudio Allax e Thiago Viana são alguns exemplos).
Nesse cenário, fica claro que a campanha foi boa, mas podia ser melhor. Pior é que sem a vaga no Campeonato Brasileiro Série D, o futuro é incerto. Paradoxalmente, o clube assinou um convênio com a Prefeitura Municipal de Sobral com valor superior a 400 mil reais. O elenco está pronto para ser maturado e dar ainda mais fruto em 2017. Mas quem vai comandar tudo isso?
Veras Sousa e Erivaldo Mororó protagonizaram lamentáveis trocas de acusações ao longo da semana. Ambos renunciaram e o barco ficou à deriva. O Bugre é um claro exemplo de inversão de problemas. O clube tem recursos e um elenco promissor. Falta uma gestão profissional, capaz de tornar todo esse potencial em realidade. O mais difícil talvez fosse fazer um bom time em casa. O mais difícil talvez fosse conseguir dinheiro. Não no Guarany. Problema rubronegro está em quem vai assumir (com a devida competência) a caneta para assinar os papéis. Alguém que enxergue potencial como matéria-prima para bons resultados.

Fonte: Blog do Fabiano Rodrigues

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