Uso de cerol é proibido no Ceará e traz riscos de amputações e morte; confira dicas de primeiros socorros

Usar cerol, linha chilena ou outros materiais cortantes para empinar pipas e papagaios é prática proibida no Ceará. E pode terminar em tragédia. As lesões pelo contato com esta linha resultam em cortes profundos, amputações e até na morte das pessoas atingidas.

Em Fortaleza, um motociclista morreu após ter o pescoço cortado por linha com cerol na tarde deste domingo (9). O vigilante Wellington de Santos de Castro, de 37 anos, foi atingido enquanto trafegava pela rodovia BR-116, no Bairro Messejana.

Ele levava uma passageira em corrida por aplicativo. Após o acidente, ele recebeu os primeiros socorros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dentro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Os acidentes afetam pedestres, ciclistas e motociclistas. Por circular em maior velocidade e pela dificuldade em enxergar as linhas, os mais atingidos são os motociclistas, explica o tenente-coronel Osvaldo Pereira, comandante do Batalhão de Socorro de Urgência do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará.

Os episódios costumam ser mais graves nos meses de férias escolares, como em janeiro e julho, e de maior velocidade dos ventos no Ceará, a partir de agosto e setembro. São tempos em que crianças, jovens e adultos gostam de empinar pipas ou “soltar raia”, como dizem os cearenses.

Conforme o tenente-coronel, os riscos começam para aqueles que resolvem usar as linhas cortantes para derrubar outras pipas. O cerol usa uma mistura de cola com pó de vidro ou outros materiais triturados. As linhas chilenas trazem fios ou barbantes cobertos com substância de efeito cortante.

“Há o primeiro risco da confecção. Quem vai confeccionar aquilo corre o risco de ter um acidente, desde a aspiração do pó de vidro ao corte da sua própria mão na manipulação da linha”, exemplifica.

Outro problema pode vir do contato da linha com a rede elétrica. Os materiais cortantes tornam as linhas condutores de eletricidade, podendo resultar em descargas que atingem a pessoa que está soltando a pipa.

“Sem falar que você pode danificar uma rede inteira, sendo aí dezenas ou centenas de pessoas sem energia elétrica”, complementa o comandante.

Fonte: G1 CE