Vírus zumbis: aquecimento global pode “acordar” vírus após 50 mil anos

Com as mudanças climáticas, cientista chama atenção sobre o derretimento do "permafrost" e os vírus que podem ressurgir com este fenômeno; confira

O aquecimento global vem gerando muitos impactos na Terra, como descongelamento de geleiras, mudanças climáticas e liberação de gases de efeito estufa.

Outra consequência das interferência humanas no meio-ambiente que vem chamando atenção de vários cientistas nos últimos anos é o rápido descongelamento de solos e subsolos.

O virologista francês Jean-Michel Claverie alerta a humanidade sobre o despertar de vírus que estão “dormindo” há 50 mil anos e podem ser despertados com o descongelamento do solo de Solo que está congelado há pelo menos dois anos. Ele é formado por terra, rochas e sedimentos amalgamados. . São os chamados “vírus zumbis”, que Claverie e sua equipe estudam há mais de uma década.

Descongelamento do permafrost: os impactos dos vírus adormecidos

Com o descongelamento do solo, os cientistas ainda estão analisando como os vírus zumbis vão se apresentar na forma de ameaça.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já demonstrou preocupação sobre esta temática e vem investigando o caso.

“A OMS trabalha com mais de 300 cientistas para analisar as evidências sobre todas as famílias virais e bacterianas que podem causar epidemias e pandemias, incluindo aquelas que podem ser libertadas com o degelo do permafrost”, afirma a porta-voz da OMS, Margaret Harris.

Um caso já foi manifestado na Sibéria, em 2016, que deixou os estudiosos em alerta. Uma forte onda de calor atingiu o território siberiano e liberou esporos de antraz, o que deixou várias pessoas infectadas e hospitalizadas, além de causa a morte de uma criança e de milhares de renas.

Em 2014, Claverie provou pela a primeira vez que vírus “adormecidos” podem ser retirados do permafrost siberiano e revividos. Seu estudo foi voltado apenas para organismos que podem infectar amebas, para evitar qualquer risco de contaminação amplificada.

No ano de 2019, a equipe isolou 13 novos vírus, incluindo um congelado sob um lago há mais de 48.500 anos. O microorganismo foi retirado de sete distintas amostras de permafrost siberiano.

O virologista publicou o resultado desse estudo em 2022 e destacou que “uma infecção viral causada por um patógeno desconhecido e antigo em humanos, animais e em outros seres vivos, pode ter um resultado catastrófico”.

Vírus zumbis: limitações nas pesquisas

As investigações sobre os organismos presentes no solo congelado sofre um dilema: apesar da importância de procurar entender o desconhecido, estes estudos podem propagar descuidadamente o perigo, com o qual ninguém está preparado para lidar.

Grandes organizações também já estão cientes deste dilema e estão colocando um pé atrás nas pesquisas.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid) abandonou um projeto que equivalia a 125 milhões de dólares e procurava vírus no Sudeste Asiático, África e América Latina. A principal causa do abandono foi o risco de desencadear uma infecção generalizada nos seres humanos.

O que é permafrost?

Permafrost é a designação dada ao solo que está congelado há pelo menos dois anos. Ele é formado por terra, rochas e sedimentos amalgamados em um todo pelo gelo, além de ser composto por camadas. Pode apresentar um comprimento de alguns centímetros até dezenas de metros.

Esse tipo de solo é encontrado principalmente no Hemisfério Norte, em locais como Sibéria, Tibete, Groenlândia e Alasca.

Fonte: O povo Online

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.