Ato ecumênico marca um ano da morte de 4 policiais civis assassinados por colega em Camocim

Familiares e autoridades da Polícia Civil participaram do ato ecumênico para lembrar um ano do homicídio que vitimou quatro policiais

Um ato ecumênico organizado pelo Sindicato da Polícia Civil (Sinpol) em memória de um ano da morte de quatro policiais civis, um inspetor e três escrivães, que foram assassinados na delegacia de Camocim no dia 14 de maio de 2023, foi celebrado no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), no bairro Aeroporto em Fortaleza. Os quatros policiais foram executados por um colega de profissão enquanto descansavam dentro da delegacia.

Na ação foram assassinados os escrivões Francisco dos Santos Pereira, Antônio José Rodrigues Miranda, Antônio Cláudio dos Santos e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira. Apenas a família de Francisco dos Santos compareceu ao ato, os familiares de outros dois policiais residem em Camocim, onde foi realizada uma missa na segunda-feira, 13, e a do outro reside no Piauí.

Presente no ato, Guilherme Pereira de Almeida, 75, pai de Francisco dos Santos Pereira, revelou que o filho sempre quis seguir a carreira policial: “Ele se formou em Economia, mas não exerceu a profissão, passou no concurso da Polícia (Civil), mas não assumiu no primeiro momento, pois tinha o desejo de ser delegado. Então, foi estudar Direito para realizar o seu sonho.”

Francisco dos Santos Pereira, conhecido como Chicão, era policial há 14 anos. Segundo o pai da vítima, ele ainda prestava concurso para delegado de polícia, inclusive fora do estado do Ceará. O policial civil iria prestar  um certame em julho de 2023. Guilherme Pereira contou que os filhos do policial iriam passar 15 dias na casa dos avós para que o homem pudesse fazer a prova em outro estado. “O sonho dele foi barrado por uma pessoa que não imaginávamos, uma pessoa do trabalho dele”, afirma.

A esposa de Francisco Santos Pereira, Aretusa Passos, de 43 anos, diz que criar os três filhos sozinha está sendo difícil, uma menina de 17 anos, um menino de 10 anos e um bebê de dois anos 11 meses. “O Rafael vai crescer sem conhecer o pai. Nós sentimos muita falta dele, a cada dia que passa, a saudade aumenta.” A família que morava em Camocim em decorrência do trabalho de Francisco dos Santos, agora mora em Fortaleza.

A inspetora da Polícia Civil, Neirilene de Oliveira, 41, que também é psicóloga, revelou que após o homicídio na delegacia, os policiais que ali estavam lotados, tiveram que ser remanejados do local para um outro ambiente, pois as lembranças do ocorrido eram muito fortes.  “Um policial recém-chegado no município de Camocim que estava dirigindo a viatura passou em frente à delegacia antiga, imediatamente todos que estavam na viatura começaram a chorar muito dentro do carro, diante da forte lembrança que tiveram do local”, conta a psicóloga.

O presidente do Sindicato dos Policiais da Polícia Civil (Sinpol), Tony Brito, revelou que o julgamento do suspeito ainda não foi marcado, mas que o Ministério Público está colhendo provas técnicas e periciais e realizando oitivas. Ele está preso em uma penitenciária de Sobral. Segundo Tony Brito, o processo está em andamento para que possa acontecer o julgamento.

Fonte: O Povo Online

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