Policiais mortos em Camocim: crime no Ceará chama atenção para cuidados com saúde mental de agentes de segurança

Psicóloga avalia a necessidade de pensar em programas de prevenção e acolhimento de policiais. Segundo a Polícia Civil do Ceará, 66 profissionais passam por acompanhamento psicológico no estado.

Na madrugada do dia 14 de maio, um inspetor da Polícia Civil matou a tiros quatro colegas dentro da Delegacia de Camocim, cidade do litoral cearense. O caso, assim como o que aconteceu no dia seguinte em Salto, no interior de São Paulo, onde um outro agente matou outros dois policiais, acendem o alerta sobre a saúde mental dos profissionais de segurança.

A psicóloga Juliana Martins, que estuda os efeitos do trabalho sobre os policiais, aponta que é comum que as organizações policiais individualizem os problemas dos agentes, como se fossem pontuais. Para ela, é preciso mudar a abordagem de saúde na corporação.

“Acho que demorou pras organizações policiais pensarem em programas de prevenção e de acolhimento, né? Acho que começando por desmitificar essa questão da saúde mental, do adoecimento, de poder pedir ajuda, disso não ser mal visto, desse profissional não ser perseguido por conta disso”, diz Juliana.

Ela pontua ainda sobre a importância da valorização dos profissionais de segurança pública. “Porque aí você não adianta você pagar um mau salário, não dar equipamentos para esses profissionais trabalharem, ter escalas de trabalho abusivas e ter um psicólogo para atender”.

Fonte: G1 Ceará

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.