A moeda brasileira registrou uma desvalorização de 1,12% devido às incertezas do cenário eleitoral

O dólar alcançou nesta quinta-feira a máxima recorde do Plano Real, fechando em R$ 4,197 (durante a tarde, chegou a R$ 4,20).
Assim, o câmbio terminou na contramão do exterior, onde uma busca pelo risco favoreceu o avanço de divisas de países emergentes.
Até o momento, o real perdeu 21,06% de seu valor em 2018. O recorde anterior, de R$ 4,166 por dólar, foi registrado no dia 21 de janeiro de 2016.
O ambiente de prudência diante de umas eleições cada vez mais nebulosas também fez com que a Bolsa de Valores de São Paulo registrasse uma queda de 0,58%.
O candidato Jair Bolsonaro (PSL), líder nas intenções de votos para o primeiro turno, teve que passar por uma nova cirurgia na quarta-feira, devido às complicações pelo ferimento do ataque à faca que sofreu no dia 6 de setembro durante um comício. “Dúvidas sobre a saúde dele e a expectativa com o Datafolha de amanhã redobraram a cautela dos agentes”, comentou à agência Reuters um operador de câmbio de uma gestora local.
Por outro lado, vários analistas esperam um aumento significativo na intenção de voto por Fernando Haddad, nomeado na terça-feira pelo ex-presidente Lula para substitui-lo como candidato do PT. E se Haddad não convece o eleitorado, a candidatura de Ciro Gomes (PDT) pode ser fortalecida, avaliam os especialistas.
Bolsonaro, que na campanha adotou posições de ortodoxia financeira, perfilava-se como o candidato de muitos investidores, mas agora “o mercado está se perguntando o que aconteceria se ele morre entre o primeiro e o segundo turno”, disse à agência AFP Victor Cândido Oliveira, economista-chefe da Guide Investiments. “Esperamos muita volatilidade nos próximos dias, estamos atentos à evolução de Fernando Haddad, que poderia pressionar bastante a mudança”, acrescentou.

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